Uma "solução" problemática
A reserva de vagas em universidades é falha e não deve ser tratada pela sociedade como uma solução definitiva, mas sim como uma intervenção momentânea. Assim, um sistema que diverge opiniões é, o mínimo, dúbio em relação a sua credibilidade, uma vez que beneficia uns em detrimento de outros. Dessa forma, as cotas de renda ou sociais tentam retificar um descaso histórico para com a educação de forma definitiva, porém sem sucesso integral, visto que a máquina política, com as cotas, joga a responsabilidade de educar com qualidade para o ensino superior.
De um lado, cotistas beneficiados, do outro, alunos oriundos de escolas particulares sem o benefício. Sendo assim, a Lei de Cotas sancionada em 2012 gera mais desigualdades ao tentar ajudar pessoas de escolas públicas e etnicamente diferentes em universidades. O acesso ao ensino superior, por ser facilitada a essas pessoas, lesa a meritocracia e põe em dúvida a competência desses futuros profissionais.
A tentativa de correção de erros educacionais por meio das cotas no Brasil por parte do Governo Federal não soluciona integralmente o problema do ensino. Para ele, é mais fácil criar cotas do que investir na base acobertando a má estrutura sócio-educativa. Em consequência, aquele intervém, com a reserva de vagas, de forma a jogar a problemática ao ensino superior. Não obstante, alunos menos qualificados, em sua maioria, têm o acesso às universidades enquanto alunos melhores não.
Portanto, as ações afirmativas como intervenção definitiva para solucionar a deficiência no ensino não é a melhor opção. As cotas, sejam elas raciais ou pela renda, lesam os estudantes vindos de escolas particulares e acabam os prejudicando. A solução deve ser igualitária para todos não gerando divergências ou vantagens a nenhum dos lados. Assim, criar reservas de vagas e as diminuir à medida que a educação pública melhora é uma alternativa para a criação de profissionais de qualidade, capazes e atuantes na sociedade.