PROPOSTA 1
O jornal O GLOBO de 19 de julho de 1996, no Segundo Caderno, publicou a seguinte matéria, da qual transcrevemos alguns fragmentos.
Leia-os.
Justamente quando nos deliciávamos com a atuação de um presidente com formação intelectual sólida e sofisticada, capaz de encantar audiências pelo mundo afora, veio o torpedo:
- Eu também sou caipira, adoro Chitãozinho e Xororó - revelou ele, na última quarta-feira. Fernando Henrique disse para quem quisesse ouvir que os brasileiros são provincianos e agem de forma caipira diante da tendência internacional de globalização da economia.
Ser chamado de caipira, no entanto, é até um elogio para o músico Rolando Boldrin. Segundo ele, um matuto pode ser ingênuo, mas não burro.
Mas a onda caipira não agrada a todos.
O humorista Jô Soares foi um dos primeiros a ironizar a declaração presidencial, na última terça-feira, quando apresentou seu programa de entrevistas usando um chapéu de palha.
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Após a leitura feita, desenvolva o seguinte tema:
O Brasil é um país caipira?
O Brasil é um país de economia tipicamente agrária. A economia baseada em ciclos como o da borracha, do ouro, do pau-brasil e do café esteve intimamente ligada à terra e, sua população tornou-se dependente, ao longo dos anos, dessa riqueza natural. Mas até que ponto a ruralidade de nossos habitantes pode ser decisiva na compreensão intelectual dos mesmos?
Desde o ciclo do café, em meados da década de trinta do século passado, cerca de sessenta por cento da população brasileira habitava as zonas rurais. Além dos brasileiros genuínos, os imigrantes que aqui chegaram também se utilizavam do meio rural para sua subsistência.
A população sertaneja sempre foi pré-julgada em sua intelectualidade. Seja pelo alto grau de analfabetismo de sua população em geral ou por certa "ingenuidade" desses indivíduos. Contudo, evidencia-se que nem sempre é necessário possuir formação culta para que se possa entender os fenômenos locais e mundiais, política ou mesmo medicina doméstica.
Os nativos que compunham a população brasileira da época do descobrimento, por exemplo, já conheciam avançadas técnicas de agricultura como a rotação de terras, a coivara e possuíam amplo conhecimento acerca do clima, geografia local e culinária.
Atualmente, a ciência brasileira é exemplo pro mundo todo no ramo da agronomia, por exemplo. Não são poucos os brasileiros que são convidados a trabalhar no exterior e o Brasil detém a melhor universidade da América Latina, a Universidade de São Paulo (USP).
Portanto, o Brasil é sim um país de alguns caipiras, contudo não é essa característica de vida que "rebaixa" seus habitantes. Faz-se necessário uma melhor conscientização das origens e características dos povos que compõem a cultura brasileira para que certos tipos de preconceitos sejam evitados.
O jornal O GLOBO de 19 de julho de 1996, no Segundo Caderno, publicou a seguinte matéria, da qual transcrevemos alguns fragmentos.
Leia-os.
Justamente quando nos deliciávamos com a atuação de um presidente com formação intelectual sólida e sofisticada, capaz de encantar audiências pelo mundo afora, veio o torpedo:
- Eu também sou caipira, adoro Chitãozinho e Xororó - revelou ele, na última quarta-feira. Fernando Henrique disse para quem quisesse ouvir que os brasileiros são provincianos e agem de forma caipira diante da tendência internacional de globalização da economia.
Ser chamado de caipira, no entanto, é até um elogio para o músico Rolando Boldrin. Segundo ele, um matuto pode ser ingênuo, mas não burro.
Mas a onda caipira não agrada a todos.
O humorista Jô Soares foi um dos primeiros a ironizar a declaração presidencial, na última terça-feira, quando apresentou seu programa de entrevistas usando um chapéu de palha.
.............................................................................................................................................
Após a leitura feita, desenvolva o seguinte tema:
O Brasil é um país caipira?
O Brasil do sertanejo
O Brasil é um país de economia tipicamente agrária. A economia baseada em ciclos como o da borracha, do ouro, do pau-brasil e do café esteve intimamente ligada à terra e, sua população tornou-se dependente, ao longo dos anos, dessa riqueza natural. Mas até que ponto a ruralidade de nossos habitantes pode ser decisiva na compreensão intelectual dos mesmos?
Desde o ciclo do café, em meados da década de trinta do século passado, cerca de sessenta por cento da população brasileira habitava as zonas rurais. Além dos brasileiros genuínos, os imigrantes que aqui chegaram também se utilizavam do meio rural para sua subsistência.
A população sertaneja sempre foi pré-julgada em sua intelectualidade. Seja pelo alto grau de analfabetismo de sua população em geral ou por certa "ingenuidade" desses indivíduos. Contudo, evidencia-se que nem sempre é necessário possuir formação culta para que se possa entender os fenômenos locais e mundiais, política ou mesmo medicina doméstica.
Os nativos que compunham a população brasileira da época do descobrimento, por exemplo, já conheciam avançadas técnicas de agricultura como a rotação de terras, a coivara e possuíam amplo conhecimento acerca do clima, geografia local e culinária.
Atualmente, a ciência brasileira é exemplo pro mundo todo no ramo da agronomia, por exemplo. Não são poucos os brasileiros que são convidados a trabalhar no exterior e o Brasil detém a melhor universidade da América Latina, a Universidade de São Paulo (USP).
Portanto, o Brasil é sim um país de alguns caipiras, contudo não é essa característica de vida que "rebaixa" seus habitantes. Faz-se necessário uma melhor conscientização das origens e características dos povos que compõem a cultura brasileira para que certos tipos de preconceitos sejam evitados.