Um passo imprescindível para a civilidade
Herança cultural, falta de informação, sociedade conservadora e libertinagem. Esses são os ingredientes principais que compõem a mistura de fatores que desencadeiam na discriminação. Seja por orientação sexual, condição social, aparência física ou deficiência, a sociedade brasileira ainda não venceu o desafio de derrotar a discriminação e a intolerância.
A mídia noticia quase que diariamente casos de discriminação, seja contra homossexuais, seja contra mulheres, deficientes físicos, obesos e tantas outras características que não passam despercebidas às mentes discriminadoras. Um olhar presunçoso, uma omissão, um falar mal ou simplesmente pré-julgar já caracterizam atitudes discriminatórias e elas podem ser traumáticas tanto para quem pratica e principalmente para os que são discriminados.
Grande exemplo desse trauma pode ser exemplificado no caso de uma internauta que fez citações explicitamente discriminatórias contra nordestinos no Twitter. Ela não só foi processada judicialmente como ganhou fama rápida pelas redes sociais como preconceituosa. Se os traumas podem atingir tamanha proporção com quem pratica, muito maior será o dano sobre aquele que é discriminado, como por exemplo o caso do massacre de crianças em Realengo no ano passado. Wellington sofreu bullying enquanto criança e esse trauma pode ter desencadeado essas ações violentas.
Até o esporte, que deveria ser exemplo de cidadania e ética sofre com a discriminação. Não são raros os casos envolvendo brasileiros e estrangeiros vítimas de discriminação racial. Casos esses que ganham enorme repercussão como o caso do jogador de futebol Grafite e tantos outros que a Justiça Desportiva julga anualmente.
Ações intolerantes e discriminatórias estão presentes nas mais diversas situações e enfrentá-las é um dever de todos. Não pode haver cidadania, igualdade e civilidade se os "diferentes" estão à mercê dos "normais". Instrumentos como a educação, o resgate de valores éticos e o exercício da tolerância são poderosos para amenizar a discriminação. Pais devem orientar seus filhos e a escola tem a obrigação de abordar esse tema. Contudo, é a consciência que deve ser o principal instrumento de freio de atitudes discriminatórias.
Ulysses Fioresi
Boa noite galera, taí mais uma dissertação minha. Avaliem, julguem, corrijam, dêem sugestões e se possível atribuam uma nota. Meu muito obrigado a todos!