O lixo nosso de cada dia
Comprar, consumir e jogar fora. Esse é o ciclo de muitos produtos que a raça humana utiliza. Seja eletrônicos, alimentos, material reciclável, lixo hospital ou material tóxico, tudo isso tem sua produção, seu manejo e seu descarte. E o homem se encontra presente em todos esses processos.
O século XXI é marcado pelo intenso consumo, motivado, principalmente, por corporações e pela mídia. A chamada obsolescência programada se faz presente de modo intenso na atualidade. Um produto é lançado e logo tem de ser substituído por outro mais moderno, mais novo, mais ostentável. Comprar virou hobby e uma atividade, considerada por muitos como relaxante.
Além disso, o descarte de materiais tóxicos, hospitalares, óleo de cozinha e tantos outros é feito de forma ineficaz no país. Rios estão cada vez mais poluídos, bem como a atmosfera,a água e o solo. Não é raro sair na mídia notícias de que além do próprio lixo que geramos, importamos lixo estrangeiro, como por exemplo, da Alemanha e mais recentemente, lixo hospitalar oriundo dos Estados Unidos.
Outra problemática que envolve o lixo é a dificuldade em se reciclar. Apesar do país ser recordista na reciclagem de alumínio, alguns outros materiais precisam de mais atenção. Além da falta de conscientização da população de que é necessário realizar a separação do lixo reciclável do lixo orgânico, a reciclagem encontra outras barreiras. Uma delas é o baixo efetivo de trabalhadores em cidades como a de São Paulo e outras metrópoles brasileiras.
Se por um lado a problemática envolvendo o lixo traz consequências desagradáveis ao meio ambiente, do ponto de vista social ainda cumpre o papel de sustentar muitas famílias. Lixões, aterros sanitários, indústrias de incineração e usinas de reciclagem são bons exemplos de espaços onde muitos dependem do lixo para sobreviver.
É necessário que sociedade baseie seu consumo na sustentabilidade. O uso dos três R's: reduzir, reutilizar e reciclar será importantíssimo para se enfrentar a problemática do lixo. Não jogar o óleo de cozinha no ralo da pia e descartar pilhas e baterias em postos de coleta também são atitudes simples que podem abrandar tais problemas. Além disso, o lixo deve ser tratado por parte das autoridades como uma questão sócio-ambiental, uma vez que ele é fonte de renda para muitas pessoas.
Ulysses Fioresi.